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Fotografias:René de Wit
Descrição enviada pela equipe de projeto. O Tschumipavilion foi construído originalmente como um pavilhão de vídeo para a grande exposição-evento "What a Wonderfull World", em 1990. Espalhados pela cidade, cinco pavilhões trouxeram vídeos de música pop à esfera pública. Foram projetados pelos arquitetos vanguardistas da época, rotulados dois anos antes como "desconstrutivistas" pelo MOMA. Os pavilhões de Eisenman, Hadid, e Himmelblau desapareceram, enquanto os de Koolhaas e Tschumi permaneceram.
Notavelmente, é a abordagem muito distinta ao programa de OMA e Tschumi o que fez os seus pavilhões continuarem existindo. A alquimia programática do OMA, com o emparelhamento do pavilhão com uma parada de ônibus, é a razão para que ele sobreviva até hoje. O pavilhão de Tschumi tem persistido precisamente por causa da razão oposta: sua falta de qualquer programa preciso. Sendo um envelope transparente, tem sido usado como um espaço para eventos públicos e urbanos, para projetos de arte temporários desde 1995.
No meio de uma agitada rotatória em Groningen, Tschumi criou um dos edifícios mais transparentes já construídos: suas fachadas, cobertura e até a estrutura são feitos de vidro transparente. Tschumi escolheu o vidro por sua qualidade reflexiva, para criar fachadas "instáveis", que refletem as imagens de vídeo infinitamente. Estes vídeos transformaram o "pavilhão invisível" em um "espetáculo ilusionístico", no qual a imagem virtual a partir das reflexões mistura-se com a imagem real a partir dos monitores e da cidade.
A intervenção dos arquitetos do Shift reinterpreta a ideia de "fachadas instáveis", mas no lugar do envelope de vidro para misturar vídeos, o pavilhão CMY usa o vidro para misturar cores. Através da aplicação de películas translúcidas nas cores ciano, magenta e amarelo nos vidros, o pavilhão se transforma numa peça gráfica tridimensional que muda continuamente com o movimento do espectador.
O padrão de cores das faixas diagonais que envolvem o edifício são derivadas do sistema de painéis rígidos da estrutura. Por causa das fachadas transparentes paralelas, as faixas coloridas começam a misturar-se de acordo com o modelo de cores subtrativas. A sobreposição das cores primárias "reais" no vidro criam "cores virtuais" secundárias: Ciano + Magenta = Azul; Amarelo + Ciano = Verde; Magenta + Amarelo = Vermelho. O pavilhão transparente torna-se um espaço colorido dinâmico com uma forte presença urbana.
A partir de diferentes ângulos surgem novas experiências no pavilhão CMY. As pessoas circulando na rótula podem experimentar continuamente as mudanças de cores e padrões. De pé na praça, faceando seu lado maior, percebe-se um padrão de hachuras cruzadas em seis cores (Ciano, Magenta, Amarelo, Vermelho, Verde e Azul - CMYRGB). Ao esperar o ônibus, a partir de um ponto de vista oblíquo, vê-se o "padrão real" das diagonais em três cores (Ciano, Magenta e Amarelo - CMY). No interior, outra aparência é descoberta: as cores se misturam com a cidade, em vez de umas com as outras. Quando não há mais de sobreposição de cores, as faixas de cor CMY diagonais são claramente visíveis. Seu envolvimento diagonal aumenta o efeito desestabilizador, o efeito giratório que Tschumi pretendia inclinando o edifício.